Hoje, mulher casada.
Quando volto à casa de minha mãe
Meu quarto está lá do mesmo jeitinho
E, no mesmo momento em que me espanta,
o tempo me arrebata com antigas sensações
É pura sinestesia o que tem no meu quarto de solteira!
Fotos de amigos, de namorados... cartas que recebi, que escrevi
- e que não mandei -, souvenirs, bonecas, coleções de cartões postais,
um pedido de um beijo com um nó feito em embalagem de bombom, cd’s,
livros, papéis de carta, pôsteres e muitas, mil, tantas outras lembranças e cheiros...
Os diários são os melhores!
Tem um que gosto mais,
por causa de sua cor – azul – e porque
nele estão os depoimentos da fase mais
movimentada da minha vida, digamos.
Apesar de algumas páginas manchadas,
eu não sabia o quanto eu era divertida.
Um escritor intitularia:
“Confissões de uma adolescente em crise”
Bem redundante isso, não? Mas, eu era exatamente assim,
confusa, caótica, apaixonada, devaneadora, crente de ter
as mais maduras opiniões.
Era adolescente,
com todo o respeito.