Juliana de Almeida
Quem contou os dez contados
Contou tudo sem parar
Teve que contar sentado
De tanto o dedo passar

Cada nota de um conto
Era fácil de lembrar
Todas elas cá no manto
Do restante que sobrar

As de dois separadinhas
Pra ninguém se complicar
Deixei todas dobradinhas
E as de cinco vou contar

Cinco contos cá na cesta
Já pensei em como guardar
Quem pensar que eu sou besta
Case dez pra apostar

Os dez que ganhei teu
No bolso vou colocar
Se chamar: “Amigo meu!”
Posso bem desconfiar.

Das de um conto são dez notas
Comecei a anotar
Minha avó, que é bem velhota
Pôs os óculos pra enxergar

Cinco vezes, vezes dois
Foi assim, multipliquei
Minha avó chegou depois
E pegou todas que eu guardei

Das de cinco são só duas
Não confunda isso, não
Minha avó gritou: “Pra rua!
Traga leite, queijo e pão!”

Nota de dez só tenho uma
Do bolso nem vou tirar
Senão fico sem nenhuma
E digo: “Vovó, é melhor cegar!”